28 setembro, 2009

Sobr'Arte - Da Literatura

Mesa Redonda - Sobr'Arte





Da Criação à Edição
"O Poeta só o será quando a sua imaginação for além da imaginação do Universo" - António Maria Lisboa


.13







.12

Maria Azenha
( umas "luvas de aprendizes" abraçam.na )


.11


.10

Maria Azenha ,Inês Ramos e Fernando Esteves Pinto.



.9

Inês Ramos ,Fernando Esteves Pinto ,Gabriela Rocha Martins ,Daniel Vieira e Lisete Martins.


.8

Lisete Martins e Daniel Vieira.


.7

Adão Contreiras.






.6

Fernando Esteves Pinto.








.4

Inês Ramos e Fernando Esteves Pinto.


.3

À esquerda de Inês Ramos , o poeta Fernando Esteves Pinto.




.2

Maria Azenha e Inês Ramos




.1

No passado sábado ,a Casa Museu João de Deus levou a efeito uma Mesa Redonda sobre "A Literatura - Da Criação à Edição" que contou com a presença dos seguintes Poetas/Intervenientes - Maria Azenha e Fernando Esteves Pinto .Inês Ramos moderou e desafiou os artistas plásticos Adão Contreiras e Daniel Vieira ,no outro lado da mesa ,assim como a directora do Grupo de Teatro "Penedo Grande", Lisete Martins.

[ para que as memórias não se percam ,sigam ainda o rasto de "Sobr'Arte - Da Literatura" em Bosque Azul e Casa Museu João de Deus ]

FRASEADOR

A FRASEOLOGIA DA PEDRA
Mosteiro da Batalha - Capelas Incompletas / foto de Augusto Mota

Hoje eu completei oitenta e cinco anos. O poeta nasceu de treze. Naquela ocasião escrevi uma carta aos meus pais, que moravam na fazenda, contando que eu já decidira o que queria ser no meu futuro. Que eu não queria ser doutor. Nem doutor de curar nem doutor de fazer casa nem doutor de medir terras. Que eu queria era ser fraseador. Meu pai ficou meio vago depois de ler a carta. Minha mãe inclinou a cabeça. Eu queria ser fraseador e não doutor. Então, o meu irmão mais velho perguntou: Mas esse tal de fraseador bota mantimento em casa? Eu não queria ser doutor, eu só queria ser fraseador. Meu irmão insistiu: Mas se fraseador não bota mantimento em casa, nós temos que botar uma enxada na mão desse menino pra ele deixar de variar. A mãe baixou a cabeça um pouco mais. O pai continuou meio vago. Mas não botou enxada.

Manoel Barros, in Memórias inventadas: a Infância / São Paulo, Planeta, 2003.

26 setembro, 2009

De Repente

Carrego parco peso do silêncio
Ouço
É uma ave nocturna pousada no varadim
Veio com a noite fez-se escura
Cantou com dobras de sino e tábua
Festejou a lua ofereceu as asas
Quis-se inteira habitando o ar da casa

Mas eu sonho o distante e o inteiro da luz
E não consenti que viesse acender meu sangue
No rasgo de um dobrar de asas

Deixei que os pés me fossem chão
Que o corpo vogasse num barco defeso na água
Que a escuridão da noite
Fosse gesto consentido
Estreme na noite intíma só a casa

Deixei que uma gramática me assaltasse as horas
Escrevesse por ela o meu voo libertasse a minha asa
Não desiste de me chamar a ave

No varadim incendeia gutural a noite
Com os olhos de menino parto para longe
E trago uma infância aquecida a fogo posto


José Ribeiro Marto

21 setembro, 2009

Photobucket

Passiflora 'Crimson Tears' / foto Augusto Mota

15

Atravesso desbotados
anjos que o tempo não devolve

existências de água e vento
onde habitam sons de prata
eternidade por dentro
desassossego que mata

carne acesa a desistir
inteira o que a tristeza deseja
para que tudo cante
o lembrar a cada instante

a única solidão

Graça Magalhães, Na Memória dos Pássaros, 2ª ed., Ed. Palimage.

16 setembro, 2009

07 setembro, 2009

Sobr'Arte - "há letras e letras"



Lançamento do CD - "O Mar Atinge-nos" de Maria Azenha
Apresentação - gabriela rocha martins
Momento Musical - Paulo Pires
Leitura de Poemas - Inês Ramos, Lisete Martins, Hélia Coelho e a Autora

vj. mais in Bosque Azul e Casa Museu João de Deus

01 setembro, 2009