óleo sobre tela 30x40cm
maria azenha
31 dezembro, 2009
30 dezembro, 2009
revisões da matéria
de uma vez por todas
para que não restem dúvidas
nem confusões
entre conceitos:
silêncio
é uma nobreza da vida que visita os poetas
a miúde.
paz
é uma grandeza humana
só presente no íntimo dos que, amando, lutam.
alegria
é uma dádiva dos tempos
que humedece rasgões nódulos
rugas e olhos.
pureza
é a imanência da infância.
sobrevivente, raras vezes
pode ver-se em algumas gentes.
amor
é a condição do sopro
do que late bate saliva silva e beija.
verdade
é a certeza que faz correr sangue e sémen
que faz caminhar a Vida.
justiça
é a missão da mão.
por isso, a custo, apercebem-se
manetas
decepadas
tantas pessoas entre a multidão.
maria toscano
em Coimbra, na Casa Verde.
23 Dez/2009
.
os poetas
esses seres tangentes
tocam a vida
e sonham tão perto
que lhes parece Vida;
sonham tão perto
que o suor do rosto
lhes enfeita o Mar
de estrelas,
raiva
e solidão
Maria João Franco
29 dezembro, 2009
É UM FOGO SILENCIOSO CAÍDO À NOITE
a morte numa faca uma pedra de fogo nos olhos
são momentos puros ou decisões exangues
notas musicais na grada noite
no entanto pouca a luz
não há gritos nem há danças
a luz corrente não deu cor aos dias
as crianças têm
rosas de água nos anagramas dos cabelos
correm no sono
cruzam nos jardins a ponte rude
as crianças adormecidas nas promessas de crescer
têm sede de sol ouvem os uivos de lobos
uma imagem de fogo e letras várias
é um fogo silencioso caído à tarde
este sonho que decresce nos olhos
espera a noite
calam na boca os sonhos na aspereza da língua
tem as festas do olhar nas mãos de água
sonham na estranheza ancoradouros perdidos
ouvem vozes é o mundo escondido
que lhes dá sorriso vivo
estão calmas no sonho com uma faca ou uma taça
tudo por acordar nos olhos de solidão
de quem as adormeceu
José Ribeiro Marto
boas festas
amigos,
que a quadra que se aproxima seja, para TODOS VÓS, um natal renascido
e
que o ano de 2010 seja ,em cada dia ,um novo dia de natal
gabriela rocha martins
21 dezembro, 2009
16 dezembro, 2009
Reservado ao veneno
Hoje é um dia reservado ao veneno
e às pequeninas coisas
teias de aranha filigranas de cólera
restos de pulmão onde corre o marfim
é um dia perfeitamente para cães
alguém deu à manivela para nascer o sol
circular o mau hálito esta cinza nos olhos
alguém que não percebia nada de comércio
lançou no mercado esta ferrugem
hoje não é a mesma coisa
que um búzio para ouvir o coração
não é um dia no seu eixo
não é para pessoas
é um dia ao nível do verniz e dos punhais
e esta noite
uma cratera para boémios
não é uma pátria
não é esta noite que é uma pátria
é um dia a mais ou a menos na alma
como chumbo derretido na garganta
um peixe nos ouvidos
uma zona de lava
hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo
com sirenes ao crepúsculo
a trezentos anos do amor a trezentos da morte
a outro dia como este do asfalto e do sangue
hoje não é um dia para fazer a barba
não é um dia para homens
não é para palavras
António José Forte
29 novembro, 2009
POR ORA
Do Castelo de São Jorge / foto: Torquato da Luz, 2009
*
Por ora ainda é possível desenhar
as letras da palavra liberdade
e uma a uma afixá-las no lugar
mais alto e arejado da cidade.
Por ora ainda é possível agitar
uma bandeira, desfraldar um grito,
como quem se debruça sobre o mar
e olha da varanda o infinito.
Por ora ainda é possível perseguir
o dia que algum dia há-de chegar.
Por ora ainda é possível resistir.
Por ora ainda nos deixam respirar.
Torquato da Luz
23 novembro, 2009
17 novembro, 2009
Risoleta C. Pinto Pedro na Casa Fernando Pessoa
"O Sol do Tarot de Sintra"
Lançamento
15 novembro, 2009
"A Geografia do Tempo"
Paulo Pires
recital de apresentação que chamou ao palco Jorge Fragoso, Sofia Magalhães e a autora, para a leitura de alguns poemas de um livro que hoje é já uma parte da "Geografia do Tempo" vivido que se inscreve eterno na memória.
Catarina Barros e Fausto Silva
Jorge Fragoso
e
Sofia Magalhães
Graça Magalhães
Não se espere encontrar neste livro um tratado de geografia ou um dicionário de memórias. O que é constante e permanente, incontornável, diria mesmo, é o passado que se estende ao presente e traz consigo, na poesia, uma imagem de esperança.
Nas palavras de Eduardo Pacheco (360 graus de poesia, Paradoxosdoedu.blogspot.com).
Por tudo isto faço dela um lugar para existir e somar palavras à finitude do tempo que se deseja eternizar.
A todos os que se juntaram a este evento, o meu agradecimento.
Catarina Barros, Fausto Silva, Jorge Fragoso, Américo Nunes, Porfírio Al Brandão e Graça Magalhães
Graça Magalhães
Fotografia: António Oliveira, Amofotografia,Viseu
14 novembro, 2009
explicação dos espelhos de Maria Azenha por Rogel Samuel
Rogel Samuel - Ensaísta, poeta, crítico literário e romancista brasileiro
Para ela, os espelhos cantam, encantam, se multiplicam, se escondem no coração nos seus reflexos, na chuva e no corpo escondidos, ninguém os vê, e sobe aos céus uma escada imaginária de relâmpagos, de reflexos, uma escada rural, feita e emoldurada de folhas, de cântaros, de cantares, Maria Azenha mata a sede mata a pomba de dentro do poema, de dentro dos espelhos em que os reflexos se vêem e se negam, para que alguém possa morrer, para que alguém possa viver, cantar seu rumo no rumor do fogo, no rumor do jogo, no rumor dos espelhados, dos despedaçados.
***
explicação dos espelhos
e multipliquem os espelhos que cantam
tenho o coração escondido para que ninguém o veja
conheço a chuva dos olhos e encosto o ouvido
aos joelhos
dou-te uma escada construída por relâmpagos
uma escada feita de folhas e de cântaros para
matar a sede
e uma pomba dentro do poema
para que possas morrer
cantar num rumor
do
fogo
***
Rogel Samuel:
Rogel Samuel - Literatura
Rogel Samuel - Novos Poemas
Mais sobre Rogel Samuel
Divulgado por Maria Costa
12 novembro, 2009
«A Geografia do Tempo» - lançamento do livro
de Porfírio Al Brandão
Dedico esta apresentação à Graça Magalhães e ao Jorge Fragoso e, com um certo secretismo, à Duendita e aos inspiradores dois "Jotas".
Na geografia do tempo
a forma tem a concha das palavras
Visitam-me acácias ao fim da tarde
Numa veia de África a rua está
no gesto que acende as mãos
No fogo conduzem os olhos corais
ao barroco da estrada
Desço o caudal das pálpebras
na forma breve dos pássaros
.
Graça Magalhães (2009), "A Geografia do Tempo", poema 27, Palimage Ed.
.
A Geografia do Tempo é o quarto livro de Graça Magalhães. Nele permanecem, como nos anteriores, elementos autobiográficos cravados na espinha de cada poema. África, infância, afectos, emoções, aforismos, uma paixão pelo real, um sensacionalismo dado pela polpa de uma epopeia mágica de metáforas cárneas e imagens. Não digo que seja um livro de afectos, não concordo, porque vejo este livro como mais um membro do corpo literário da poeta, o seu "farrapo de carne nerrativa" utilizando a expressão de Paulo da Costa Domingos. A Geografia do Tempo é um mapa que devemos ler não de forma linear, mas confiando no instinto de aceder a prolepses e analepses no corpo narrativo, avanços e recuos num tempo consubstanciado em espaço. "Nada deve ser dito sobre um livro que se dá ao leitor", diz informado o meu amigo Martim de Gouveia e Sousa.Verdade. E Novalis sublinha "Urge que o verdadeiroleitor seja o autor aumentado". Verdade.Mas aí eu falo: o verdadeiro poeta é o leitor, aquele que incendeia o sangue do poeta adormecido nas palavras gravadas no papel, aquele que empresta o seu sangue vivo para ressuscitar, expandir e alumiar o sangue seco no livro dopoeta fisicamente não presente. Um alquimista do silêncio. Não se deve dizer "sobre" mas "celebrar com", contagiar os outros com a nossa leitura, uma das muitas possíveis. Só assim perpetuamos a memória de quem gostamos. A poesia não tem grande público, já sabemos, mas Charles Bernstein, um alarmado poeta e teórico da L=A=N=G=U=A=G=E ( e aqui agradeço à Cristina Nery pelo facto de ter sido ela quem mo deu a conhecer) diz-nos que "O que se deve lamentar não é a falta de um grande público para um qualquer poeta, mas a falta do pensamento poético enquanto potencial activado para toda a gente" e também arrisca dizer que "A poesia deve ser pelo menos tão interessante como a televisão e bastante mais surpreendente". O que concluo daqui é que há uma formatação social em cada um de nós que é necessário desconstruir para caminharmos confortavelmente nos trilhos da poesia. Podemos começar da forma como vemos o poeta.E aqui cito Graça Capinha "não há poetas com "P" grande e poetas com "p" pequeno. Há poetas. Gente que trabalha ludicamente o material sonoro". Antes dela disse-o também o saudoso Agostinho da Silva, naquele seu jeito especial, refrescante: "cada um é o poeta que é".
.
Quero agora partilhar convoosco o que me incendiou neste novo livro da Graça Magalhães, que congregando-se com os livros anteriores permite a visualização do périplo íntimo das palavras da poeta que tem como confidentes os pássaros. Em A Geografia do Tempo descobri no poema 38 um vórtice que me levou a um outro, o poema 5. Reconstituo o momento.Chegado aqui, entusiasmado com o mapa nas mãos, cartografando o tempo com todos os sentidos e mais alguns, sobressaltou-me um calafrio...lembrei-me de um poema do poeta Al Berto, já desaparecido fisicamente entre nós, mas sempre presente pela obra que nos deixou como sua herança. Com ele termino esta intervenção. "Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida".
.
Bem-haja, Graça Magalhães
05 novembro, 2009
02 novembro, 2009
20 outubro, 2009
E então as palavras de néon
um candeeiro de cobre
na latitude do vento
também noites sem vértices
faróis tremendo água
e formigas encarnadas
degustando planetas
descendo as órbitas da carne.
Nunca medi o prazer do céu.
As medusas na pele adormecem o frio.
Graça Magalhães, Outubro 2009
18 outubro, 2009
13 outubro, 2009
09 outubro, 2009
06 outubro, 2009
Korean Songs - O meu coração
O MEU CORAÇÃO
O meu coração é um lago, meu amor,
vem remar sobre ele.
Despedaçar-me-ei contra o teu barco como uma
pedra de jade contra a tua sombra branca.
O meu coração é uma vela, meu amor;
fecha a porta, por favor.
Arderei tranquilamente até ao fim
sem que uma única lágrima trema e caia
sobre a tua saia de seda.
O meu coração é um vagabundo, meu amor;
por favor, toca flauta.
Ficarei tranquilamente toda a noite
a ouvir-te tocá-la sob a lua.
O meu coração é uma folha caída, meu amor,
permite-me que fique um pouco no teu jardim.
Quando o vento soprar, deixar-te-ei,
e serei de novo um vagabundo solitário.
"Versão livre a partir do texto em francês de: Dong-Myung Kim, musicado por Dong-Jin Kim".
28 setembro, 2009
Sobr'Arte - Da Literatura
"O Poeta só o será quando a sua imaginação for além da imaginação do Universo" - António Maria Lisboa
.13
.12
Maria Azenha
( umas "luvas de aprendizes" abraçam.na )
.11
.10
Maria Azenha ,Inês Ramos e Fernando Esteves Pinto.
.9
Inês Ramos ,Fernando Esteves Pinto ,Gabriela Rocha Martins ,Daniel Vieira e Lisete Martins.
.8
Lisete Martins e Daniel Vieira.
.7
Adão Contreiras.
.6
Fernando Esteves Pinto.
.4
Inês Ramos e Fernando Esteves Pinto.
.3
À esquerda de Inês Ramos , o poeta Fernando Esteves Pinto.
.2
Maria Azenha e Inês Ramos
No passado sábado ,a Casa Museu João de Deus levou a efeito uma Mesa Redonda sobre "A Literatura - Da Criação à Edição" que contou com a presença dos seguintes Poetas/Intervenientes - Maria Azenha e Fernando Esteves Pinto .Inês Ramos moderou e desafiou os artistas plásticos Adão Contreiras e Daniel Vieira ,no outro lado da mesa ,assim como a directora do Grupo de Teatro "Penedo Grande", Lisete Martins.
[ para que as memórias não se percam ,sigam ainda o rasto de "Sobr'Arte - Da Literatura" em Bosque Azul e Casa Museu João de Deus ]
FRASEADOR
Manoel Barros, in Memórias inventadas: a Infância / São Paulo, Planeta, 2003.
26 setembro, 2009
De Repente
Ouço
É uma ave nocturna pousada no varadim
Veio com a noite fez-se escura
Cantou com dobras de sino e tábua
Festejou a lua ofereceu as asas
Quis-se inteira habitando o ar da casa
Mas eu sonho o distante e o inteiro da luz
E não consenti que viesse acender meu sangue
No rasgo de um dobrar de asas
Deixei que os pés me fossem chão
Que o corpo vogasse num barco defeso na água
Que a escuridão da noite
Fosse gesto consentido
Estreme na noite intíma só a casa
Deixei que uma gramática me assaltasse as horas
Escrevesse por ela o meu voo libertasse a minha asa
Não desiste de me chamar a ave
No varadim incendeia gutural a noite
Com os olhos de menino parto para longe
E trago uma infância aquecida a fogo posto
José Ribeiro Marto
21 setembro, 2009
Passiflora 'Crimson Tears' / foto Augusto Mota
15
Atravesso desbotados
anjos que o tempo não devolve
existências de água e vento
onde habitam sons de prata
eternidade por dentro
desassossego que mata
carne acesa a desistir
inteira o que a tristeza deseja
para que tudo cante
o lembrar a cada instante
a única solidão
Graça Magalhães, Na Memória dos Pássaros, 2ª ed., Ed. Palimage.
16 setembro, 2009
07 setembro, 2009
Sobr'Arte - "há letras e letras"
Lançamento do CD - "O Mar Atinge-nos" de Maria Azenha
Apresentação - gabriela rocha martins
Momento Musical - Paulo Pires
Leitura de Poemas - Inês Ramos, Lisete Martins, Hélia Coelho e a Autora
vj. mais in Bosque Azul e Casa Museu João de Deus
01 setembro, 2009
31 agosto, 2009
fábula da grande frase
naquele tempo
em que os animais falavam
o lobo acomodou melhor a almofada sob os ombros
estendeu as pernas
estendendo-se, surdo enorme e esguio
e começou a ler
.
a fábula invocava figuras nítidas, puras
encantadas pela memória intacta,
encantadas figuras intactas
puras
.
a fábula tinha sons e cheiros e ruídos
do ambiente do interior
e do íntimo (que é um lugar ainda mais ao sul
do interior)
e luzes
.
a fábula gemia nos gonzos da língua doce do lobo
(doce lobo, ele também, sem que o soubesse)
descia em vapores suaves
erguia-se por entre o ar
morno
e planava
intacta,
febril mas intacta
ao ritmo cadenciado do passo da figura mais pura:
a da avó.
.
a avó
mais do que uma avó
era a chave de tudo
do enigma e do desencanto
do espanto e da descrença
da força e das franjas ralas
do vácuo e
do verbo
intacto
puro
nascido entre abraços doces
da avó.
.
o lobo falava, surdo. surdo, o lobo lia, lia-se
à medida que as figuras, exaustas, se aconchegavam
rente ao ventre da que mereceu o arco do silêncio e do verbo.
intactos
puros
rente aos seios da que mereceu
lamber o doce lábio do lobo ardente.
.
no fim?
no fim da fábula o fim não se deixa ouvir.
.
naquele tempo os animais falavam.
.
o lobo
enorme e esguio
começou a soletrar-se, surdo, na grande frase.
.
desde então
até hoje
a grande frase pôs-se ao caminho
ao encontro do verbo doce.
desde então
a grande frase cumpre o caminho
de fazer falar a doce língua do intacto
surdo
lobo.
.
maria toscano
Coimbra, 24 Julho/2009
28 agosto, 2009
Ao corpo azul das pedras
Iremos
onde os dedos são manhãs
onde os astros rebentam às flores
onde a geada
estende nêsperas de orvalho
e os peixes vestem escamas de nata
onde há rodas e carrosséis
e crianças de açúcar no regaço
dobando árvores de algodão
iremos
ao corpo azul das pedras
devassar o sossego
das algibeiras
à brancura luminosa
da pele molhada
iremos.
Graça Magalhães
26 agosto, 2009
TERRA PROMETIDA
da cicuta que te envenena a vida,
dá todo o pano à vela, faz-te ao largo
e avistarás a terra prometida,
onde consta que jorram abundantes
o leite e o mel, como diziam dantes.
E, embora saibas que ela não existe,
pois tudo é sonho, tudo é ilusão,
essa terra que apenas entreviste
há-de oferecer-te a íntima razão
para seguires em frente e procurares
o que ao longo da vida imaginares.
Torquato da Luz
21 agosto, 2009
20 agosto, 2009
MORADAS DO SILÊNCIO
O silêncio tem muitas moradas,
todas elas
com várias portas e janelas,
saídas e entradas.
São moradas que o tempo
ergue em qualquer lugar
sem recear que o vento
as venha habitar.
Mas nenhuma tão cheia
de perfume do mar
como a que tenho ideia
de ler no seu olhar.
Torquato da Luz
NÃO É PRECISO
Janela / Sines - foto de Carlos A. Silva
Não é preciso a torrente
para explicar uma ponte,
basta um bago de suor
deslizando pela fronte.
Não é preciso o luzeiro
de uma estrela cadente,
basta apenas duas casas,
com as portas frente a frente.
Não é preciso um rugido
arrancado à multidão,
basta um fio de voz
entoando uma canção.
Não é preciso juncar
a rua toda de flores,
basta o vento que traz
o som cavo dos tambores.
Não é preciso correr mundo
à procura da verdade,
basta acalentar no peito
esse sonho sem idade.
Não é preciso bandeira,
nem emblema ou sinal,
bastam duas almas simples
irmanadas num ideal.
Não é preciso que o sol brilhe
para que o dia valha a pena,
basta abrir o coração
e colher uma açucena.
Carlos Alberto Silva, 19 de Agosto, 2009
17 agosto, 2009
12 agosto, 2009
No teu deserto*
"escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais ,já não escreves ,porque não te resta nada para dizer"
-*Miguel Sousa Tavares.
ou descerei a num novo poço de [in]significantes?